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Um novo olhar sobre o DNA de Ötzi, o Homem do Gelo, revela nova ancestralidade e outras surpresas | 2023

Um novo olhar sobre o DNA de Ötzi, o Homem do Gelo, revela nova ancestralidade e outras surpresas

Ötzi estava ficando calvo, tinha pele escura e não possuía ancestrais da estepe do Cáspio Um novo exame no DNA do Homem do Gelo mostra que seus ancestrais não eram quem os cientistas anteriormente acreditavam ser.

Em 2012, cientistas traçaram um quadro completo do genoma de Ötzi; indicou-se que a múmia congelada encontrada derretendo de uma geleira nos Alpes Tiroleses tinha ancestrais da estepe do Cáspio (SN: 28/02/12). Mas algo não estava correto.

O Homem do Gelo tem cerca de 5.300 anos. Outras pessoas com ancestralidade da estepe não aparecem no registro genético da Europa Central até aproximadamente 4.900 anos atrás. Ötzi “é muito antigo para ter esse tipo de ancestralidade”, diz o arqueogeneticista Johannes Krause, do Instituto Max Planck para Antropologia Evolucionária em Leipzig, Alemanha. A múmia “sempre foi uma exceção”.

Krause e colegas montaram um novo manual genético para o Homem do Gelo. O antigo genoma estava altamente contaminado com o DNA de pessoas modernas, relatam os pesquisadores em 16 de agosto na Cell Genomics. A nova análise revela que “a ancestralidade da estepe desapareceu completamente”.

Porém, Ötzi ainda apresenta peculiaridades. Cerca de 90% da herança genética de Ötzi provém de agricultores neolíticos, uma quantidade incomumente alta se comparada com outros restos da Idade do Cobre, diz Krause.

O novo genoma de Ötzi também mostra que ele possuía calvície masculina e uma pele muito mais escura do que as representações artísticas sugerem. Os genes que conferem tons de pele clara não se tornaram prevalentes até 4.000 a 3.000 anos atrás, quando os primeiros agricultores começaram a comer dietas à base de plantas e não obtinham tanto vitamina D de peixes e carnes como os caçadores-coletores, explica Krause.

Como o DNA de Ötzi e de outros povos antigos ilustra, as mudanças genéticas da cor da pele levaram milhares de anos para se tornarem comuns na Europa.

“Pessoas que viveram na Europa entre 40.000 anos atrás e 8.000 anos atrás tinham a pele tão escura quanto as pessoas na África, o que faz muito sentido, porque é de lá que os seres humanos se originaram”, ele comenta. “Sempre imaginamos que [os europeus] se tornaram de pele clara muito rapidamente. Mas agora parece que isso aconteceu de fato bem tarde na história humana.”

Veja também: https://curiosologia.com.br/2023/08/16/cerebros-precisam-de-3-anos-de-recuperacao/

1 comentário em “Um novo olhar sobre o DNA de Ötzi, o Homem do Gelo, revela nova ancestralidade e outras surpresas | 2023”

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